O livre mercado, esse insensível charlatão!
Ele pode realizar todos os seus sonhos, e também destruir todos eles.
E é por causa dessa insensatez que nós precisamos ter um Estado intermediador.
Precisamos de uma mão que segure a coleira desse extenso e competitivo mercado.
Na teoria das finanças públicas o mercado apresenta falhas já que ele não consegue atender todos os cidadãos, ele não consegue atender todos de maneira gratuita e o mais importante: ele não consegue fazer uso inteligente dos recursos naturais.
Existe uma Teoria chamada Mão Invisível que nos diz que a busca pelo desejo individual pode prejudicar a sociedade caso não exista um intervencionismo.
Quando a Falha do Mercado surge ocorre a situação onde o Custo Marginal (que corresponde ao acréscimo dos custos totais de produção quando se aumenta a quantidade produzida em uma unidade) não se traduzem em Benefícios Marginais (são os benefícios adicionais que surgem do uso de uma unidade adicional de uma variável de controle empresarial).
Mas como podemos perceber essas falhas?
De modo direto você pode pensar naquela viagem que fez ao interior e chegando lá não conseguiu achar um produto específico de higiene ou alimentação que costuma usar na sua cidade.
Vamos dizer que a cidade que você foi visitar não tinha em nenhum estabelecimento um fio dental, você sabe dos benefícios em usar esse produto todos os dias e se sente com a higiene incompleta quando deixa de utilizá-lo.
Bem, não há interesse de nenhuma empresa no mercado em comercializar seu fio dental naquela cidade, pode ser por diversos motivos como: preço do transporte, risco de perder a carga, má conservação das estradas ou simplesmente a demanda é baixa.
Se não há lucro, não há interesse das empresas levarem o produto.
Mesmo que ela seja essencial para a qualidade de vida das pessoas.
Podemos dividir as Falhas de Mercado da seguinte maneira:
- Concorrência Imperfeita:
A livre concorrência nada mais é que a situação de lucro de um mercado, em que os diferentes produtores e vendedores que produzem um bem ou serviço atuam de forma livre e independente sobre os consumidores desses mesmos bens.
Os produtores e vendedores precisam alcançar seus objetivos que podem ser lucrar mais ou adquirir presença forte no mercado. Eles irão utilizar várias ferramentas para chegar nesses objetivos, seja em preço, em propaganda, em qualidade ou em diferenciação pós venda.
Como o mercado é dinâmico, isso vai estimular as empresas a fazer investimentos e maximizar seus lucros.
Se o mercado é Concorrencial então ele tem a livre oferta e procura e não sofre intervenção do Estado. Essa é a melhor situação para que os bens e serviços sejam distribuídos eficazmente entre as empresas e os consumidores.
Se o mercado é Completo então isso significa que existem informações suficientes para atender a todas as transações e os recursos são utilizados para que se obtenha o mais elevado retorno.
O mercado tem Concorrência Imperfeita quando a sua estrutura tem uma falha: algum vendedor ou algum consumidor, tem mais poder que os outros, e esse poder influencia os preços!
E aí o que acontece?
O grande engole o pequeno, o grande vai comprando os pequenos e engolindo a concorrência. E assim se formam os:
Oligopólios!
Um grupo de empresas possui a dominância de alguns produtos.
O mercado fica sob o controle de poucas empresas, e elas agem de acordo com o comportamento das rivais.
Podem aumentar ou reduzir os preços para ganhar mercado das outras, mas se decidem se juntar então nos temos os:
Carteis!
Que é uma organização de empresas independentes em relação umas as outras, mas se juntam por produzirem o MESMO produto. E se associam para elevar os preços de venda e limitar a produção.
As empresas cartelizadas acabam funcionando como uma só.
Elas podem acordar fixação de preços de venda ou dividir cotas de produção e mercado para cada uma.
Esse tipo de associação é rigorosamente combatida pelo Estado, que geralmente proíbe formação de carteis.
2. Externalidades
São efeitos laterais causados por uma decisão, porém esses efeitos atingem um grupo de pessoas que não participaram da mesma tomada de decisão.
Se existe uma consequência para um terceiro, então existe uma externalidade.
Isso pode ser exemplificado de várias maneiras:
Vamos dizer que a chegada de uma fábrica a uma pequena cidade traga externalidades negativas: a fábrica solta resíduos tóxicos e piorou a qualidade do ar que a população respira. A chegada da fábrica é uma decisão entre o governo, o proprietário do terreno que vendeu e a empresa que investe na sua nova filial. Porém as pessoas que residem nessa proximidade não foram consultadas, logo temos uma externalidade negativa.
Agora sob a mesma visão, a chegada dessa fábrica faz com que outras empresas tenham interesse na região, chegam novos supermercados, farmácias e lojas para a cidade, gerando emprego e acesso a novos produtos para essas mesmas pessoas, logo temos uma externalidade positiva.
A externalidade é sim uma falha de mercado, por menos que pareça, porque ela pode mudar a situação de um mercado para o bem ou para o mal.
O Estado por sua vez age quando existem externalidades negativas, impõe leis, regulamentações e até multas caso as empresas não cumpram com sua obrigação para com a região de seu entorno.
3. Mercados Incompletos
É no mercado onde os agentes econômicos farão as trocas de bens e serviços.
Esse equilíbrio vem com a lei da oferta e procura e se traduz em resultados monetários.
Quando o mercado é incompleto isso significa que não tem interesse de nenhuma empresa em penetrar nele.
Por diversos motivos: lucros baixos, investimentos arriscados, falta de infra estrutura, etc.
Simplesmente não há interesse e os consumidores de certas regiões perdem o acesso a esses produtos, como no exemplo do fio dental lá em cima.
As falhas do mercado capitalista sempre vão existir por isso necessitamos da mão intermediadora do Estado, para estatizar os serviços de necessidade básica e buscar proteção ao nosso patrimônio ambiental e ecológico.
