O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a medida que altera as regras de pagamento mínimo para os cartões de crédito e entrou em vigor no dia 04/04/2017.
Os juros do cartão de crédito são a modalidade mais alta para qualquer meio de pagamento e giram em torno de 400% ao ano.
A nova medida visa tornar o uso do cartão de crédito uma modalidade mais eficiente e também mais barata, uma vez que é um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil.
A medida também é uma tentativa do Banco Central em diminuir os juros praticados pelas administradoras de cartão que rodam livremente e de maneira acumulada, tornando-se impagável.
A norma vale para pessoas físicas e jurídicas, com exceção de cartões de crédito vinculados a empréstimos consignados.
Estar inadimplente com o cartão de crédito é um problema bem corriqueiro no consumidor brasileiro, que acaba utilizando o meio de pagamento de uma maneira errada e fazendo mais compras do que sua renda pode absorver.
Uma vez engolido por uma dívida de cartão é praticamente impossível acompanhar os juros e as multas que vão se acumulando fatura após fatura.
O que é o pagamento mínimo?
Também conhecido por crédito rotativo, o pagamento mínimo significa que você pode pagar só uma parte da fatura sem cair na inadimplência.
Atualmente você pode pagar o valor mínimo da sua fatura quantas vezes quiser.
Mas a cada nova fatura que vence você tem um novo valor mínimo, que é composto pelas compras que você realizou, menos o pagamento mínimo anterior mais os juros e encargos do período e assim por diante todos os meses criando uma dívida exorbitante.
O que muda?
O Conselho Monetário Nacional definiu que as administradoras só poderão oferecer o uso do pagamento mínimo por 30 dias.
Em resumo o cliente poderá fazer o pagamento mínimo da fatura apenas uma única vez, na fatura seguinte ele deverá:
- Pagar o valor total da fatura;
- Parcelar/Negociar o saldo do rotativo do cartão de crédito com a administradora.
O CMN não fixou um padrão de cobrança então cada empresa poderá criar suas regras.
Existem benefícios nessa mudança?
Sem dúvida alguma.
O objetivo do Conselho Monetário Nacional foi buscar um jeito de diminuir o número de consumidores endividados com cartão de crédito.
A medida é favorável para evitar o crescimento do superendividamento.
A regra também fará com que os consumidores de alto risco sejam obrigados a negociar suas dívidas ao invés de efetuar pagamentos mínimos e empurrar o problema.
Em alguns bancos a medida deve colaborar para que os juros do rotativo caiam.
É possível notar um esforço do nosso Sistema Financeiro em tornar o ambiente econômico mais controlado e com diretrizes claras que evitem o abuso tarifário por parte das empresas.
Tornar o crédito mais acessível é uma medida que estimula o consumo e a concorrência, mas é preciso estar atento ao aumento no endividamento das famílias.
O cartão de crédito precisa ser utilizado como um aliado na sua vida financeira e seu uso correto pode ser um benéfico ao consumidor.