Como Organizar o seu 13º Salário em 5 Passos

“A riqueza é consequência de trabalho e poupança.”

Benjamin Franklin

O final do ano se aproxima com muita rapidez e junto dele a euforia dos trabalhadores pelo 13º salário.

Este benefício foi instituído no governo do presidente João Goulart em 1962, também conhecido como gratificação natalina.

Vale salientar que a bonificação de final de ano já era uma prática em grande parte das companhias, mas foi através do projeto de lei do deputado Aarão Stainbrunch em 1959 que o benefício seria ampliado para todos os trabalhadores de regime CLT.

A bonificação deve ser paga ao empregado em duas parcelas até o final do ano (uma em 30/11 e a outra em 20/12), no valor corresponde a um doze avos (1/12) da remuneração para cada mês trabalhado.

Todos nós pensamos com muita ansiedade no recebimento desse dinheiro como se ele tivesse o poder de nos resgatar de todos os problemas financeiros que criamos durante o ano!

Como em todo mau planejamento o recebimento desse dinheiro extra se torna nada mais que um “tapa buraco” nas suas finanças.

Você usa esse capital para sair do sufoco mas logo em janeiro percebe que continua atolado em problemas financeiros.

Mesmo quem se manteve no azul o ano todo pode sentir a mesma frustração ao chegar no próximo ano e não saber dizer em que o seu dinheiro foi gasto.

Para onde foi esse dinheiro extra que você não percebeu por onde escoou?

O 13º salário precisa ser usado com inteligência!

E como todo dinheiro recebido ele precisa ser devidamente planejado.

Esse salário extra é uma grande oportunidade para endividados colocarem a casa em ordem e para os controlados aumentarem seu patrimônio.

E ainda se permitirem algumas compras de final de ano!

1. Se você está endividado negocie!

61 milhões de brasileiros estão endividados segundo dados do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito e o CNDL – Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

Esse número não impressiona e, em relação à anos anteriores, só cresce.

Muitos brasileiros tem o hábito de ir se enrolando com o cartão de crédito ou o cheque especial durante todos o ano então não é de se estranhar que quando o 13º salário cai na conta não sobra nada.

Os bancos e as operadoras de cartão praticam juros altíssimos e rotativos, uma vez que você cai neles o montante cresce absurdamente e uma pequena dívida pode se tornar uma grande bola de neve.

O primeiro passo é negociar essas dívidas, insista com o credor até chegar no valor mais próximo do original possível.

Não aceite pagar os juros exorbitantes que a operadora praticou, deixe bem claro que eles não cabem no seu orçamento mensal e que você optará por continuar inadimplente do que pagar juros absurdos.

OBS: Por isso é de extrema importância não esperar o final do ano para negociar suas dívidas, comece os contatos o mais cedo possível para poder ganhar tempo e diminuir o montante até a chegada do seu bônus.

Considere o pagamento à vista para conseguir um desconto maior em comparação ao parcelamento, na modalidade de parcelamento sempre existe o risco de você se enrolar novamente com a dívida criando uma nova para se preocupar.

Aproveite o 13º salário e tente quitar sua dívida à vista, use isso como forma de negociar ainda mais descontos.

2. Se você não tem dívidas, poupe ou invista!

Se uma conta no vermelho não se aplica a você, considere usar esse dinheiro extra para começar um fundo de reserva.

Leia este artigo que escrevi sobre como montar seu fundo de reserva clicando aqui.

É de extrema importância que todos tenham uma parte de sua renda aplicada em algum investimento.

Afinal, se você não ficou no vermelho este ano não quer dizer que o próximo ano não te prepare alguma surpresa, imprevistos acontecem e não temos como correr deles.

O 13º salário é a oportunidade perfeita para qualquer um começar a poupar dinheiro.

Para os mais conservadores existe o receio de perder dinheiro numa má aplicação, ou então pagar altas taxas de juros por falta de informação, ou mesmo precisar do dinheiro num futuro próximo e achar melhor ter ele fácil para resgate, em todos esses casos aplicar numa conta poupança seria suficiente para começar.

Uma conta poupança funciona bem como um fundo de reserva, ele terá seu rendimento mensal e tem a facilidade no caso de resgate.

Não é a opção mais recomendada uma vez que podemos montar carteiras conservadoras e rentáveis com o tesouro direto e outras aplicações de renda fixa, mas entre começar e não começar a poupança ainda é melhor do que nada.

Conheça melhor sobre o Tesouro Direto clicando neste artigo.

3. Pague as Contas de Final de Ano à Vista!

Amigo Secreto, presentes para a família, roupas novas, ceia de natal e ano-novo, viagens… são inúmeras coisas que costumamos comprar no final do ano.

São festas para ir, presentes para levar, sem contar seus gastos pessoais!

É exatamente nessa época que recomeçamos nosso círculo vicioso de consumo: OS PARCELAMENTOS!

Tome cuidado com eles.

Ao querer que seu dinheiro dure mais tempo na conta você opta por parcelar todas as compras que fez no final do ano, mas as parcelas sobrevivem até a metade do próximo ano comprometendo seu planejamento pessoal.

Ou então jogamos para janeiro dívidas de consumo que irão coincidir com o pior período do ano, com volta as aulas, IPVA e etc.

Isso é um hábito prejudicial para sua saúde financeira.

Em muitos casos, usar o 13º salário para fazer as compras de final de ano à vista e com desconto pode ser muito melhor, e mais inteligente, começar o ano sem dívidas e sem parte do seu rendimento comprometido fará muita diferença.

4. Planeje seu 13º com Antecedência!

Não espere o dinheiro entrar na conta para pensar o que precisa fazer, ou o que é mais urgente.

Se você planejar antes será mais fácil entender o que precisa ser feito, do contrário você terá mais facilidade em gastar o dinheiro com compras desnecessárias.

Tenha em mente os seguintes questionamentos:

  • Tenho dívidas, qual o valor total delas?
  • Não tenho dívidas, quanto poderia poupar agora?

Planejar um dinheiro extra é uma tarefa bem complicada, nós sempre ficaremos tentados em gastá-lo com aqueles desejos que a tempos não pudemos realizar: um aparelho novo, um celular mais moderno, uma roupa nova e etc.

Apesar dessa dificuldade, tenha consciência de que nossa vida financeira não é fácil e que para um futuro mais tranquilo é preciso de alguns sacrifícios hoje.

Pense em quais dívidas você vai ter no ano seguinte, férias, carro, casa, filhos, cursos, faculdade ou qualquer outra coisa, considere o fato de precisar salvar uma parte do seu dinheiro para alguma despesa futura.

5. Faça um Planejamento para o Ano que Vem!

A melhor parte de receber o 13º salário é contar com um dinheiro extra.

E se você pudesse contar com 14º ou até mesmo um 15º?

Isso é possível através de um planejamento financeiro para o seu próximo ano, sendo que nele já estarão previstas suas despesas de final de ano mais básicas.

Ao se planejar você aprende a se financiar corretamente, e como consequência faz o seu dinheiro ser usado de forma eficiente e inteligente.

Coloque na ponta do lápis todos os seus gastos, despesas fixas, despesas corriqueiras e obtenha um valor geral, com esse valor em mente fica muito mais fácil saber a hora de frear os gastos.

Para aprender mais sobre planejamento financeiro pessoal, clique aqui.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Serviço de Proteção ao Crédito
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas